Nesta semana Internacional da Retina, é de suma importância que conheçamos um pouco desta que é considerada a região mais nobre do olho.
A retina é uma membrana que reveste internamente o globo ocular. É através de suas dez camadas que esta possui a função ímpar de transformar impulso luminoso em impulso elétrico; e que via nervo óptico será encaminhado - este impulso nervoso, ao cérebro, onde haverá a decodificação em imagens (cores, formas, movimentos, etc). Pode-se dizer que a retina é uma extensão do cérebro, e representa o dispositivo sensorial do órgão da visão.
Na retina, podemos destacar anatomicamente a mácula, região central desta, onde se inicia a formação de nossa visão de detalhes, pois é na mácula onde se localiza a maior quantidade de cones - que juntamente com os bastonetes, formam as estruturas responsáveis pela visualização de cores (os cones), e de claro/escuro (os bastonetes).
A avaliação da retina, assim como das demais estruturas extremamente delicadas que formam o segmento posterior do olho - tais como nervo óptico, coróide, vítreo, deve ser realizada de rotina, pelo menos anualmente, em consulta oftalmológica, através de exames não invasivos, geralmente sob dilatação da pupila. Dentre as opções de exames para este fim, podemos citar: a fundoscopia, o mapeamento de retina, a retinografia, e o mais moderno de todos, o OCT (tomografia de coerência óptica). Além de, em indicações seletivas, a angiofluoresceinografia - sendo este um exame contrastado, portanto minimamente invasivo. A realização desses exames deve ser feita, tanto preventivamente, como para tratamento em fases iniciais de doenças que venham a acometer essa região, visando maior eficácia e melhor prognóstico visual final.
A retina, como qualquer parte de nosso corpo, é passível de doenças, que podem ter como consequência desde uma leve baixa da visão, até a perda deste sentido.
Dentre as patologias mais comuns, que podem acometer a retina, estão:
- Retinopatia diabética;
- DMRI (degeneração macular relacionada a idade);
- Retinopatia hipertensiva;
- Oclusões vasculares (venosas e arteriais);
- Descolamento de retina;
- Degeneração miópica;
- Infecções e tumores;
Além de degenerações e distrofias retinianas, que podem realmente ter como consequência intensa redução na visão, como é o caso da retinose pigmentar.
Por fim, e entendendo um pouco mais de uma área essencial em um dos nossos mais importantes sentidos, fica a lembrança de buscar o contato constante com seu oftalmologista, o único preparado técnica, e eticamente, para cuidar de sua retina, de sua visão.
Cristiano Viana de Oliveira - CRM: 5691
- Graduado em Medicina pela UFCG
- Residência médica em oftalmologia no Hospital das Clinicas / UFPE
- Especialização em oftalmologia pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia - CBO
- Fellow em Retina Clínica pelo Hospital das Clínicas - HC/UFPE
- Membro da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV)
- Preceptor de retina no serviço de residência/especialização em oftalmologia (MEC/CBO) do MSL/FAMENE.