Fui surpreendido pelo Dr. Gustavo Dália - presidente da SPO. - afirmando a minha condição de ser o profissional, em exercício, mais antigo da cidade (ninguém se esquiva à realidade temporal) e pediu minha opinião sobre o que vi e vivi nestes quarenta e tantos anos de atividade medica.
Comentei que num espaço de tempo, relativamente pequeno, convivi com mudanças revolucionarias na medicina e em particular no contexto oftalmológico. Fazer comparativos, entre o ontem e o hoje, é tolice. À época, os meios investigativos eram limitados e as proposições intervencionistas expectantes.
Se ontem, por mais acertadas que fossem as condutas, guiadas por diagnósticos corretos, os prognósticos eram na maioria das vezes imprecisos; Hoje, graças ao empenho inteligente dos colegas e a salvaguarda tecnológica - computadores, software vários, lasers, fibras ópticas e equipamentos de ponta (adjetivo que de tão repetido, virou clichê midiático) adaptados a ciência oftalmológica - tornou-se possível: antecipar diagnósticos, preestabelecer terapia adequada e quase sempre prognosticar com precisão.
Pensar o tempo futuro, leva-me a temer, que a automação e a resolutividade dos diversos procedimentos oftalmológicos, configurem atos banais, sucintando expectativas simplistas, desfigurando o valor intrínseco do ato medico, favorecendo invasões espúrias, dentro de um mister que é exclusivo do medico.
Espero que o pragmatismo dos colegas mais jovens, desfavoreça vieses individualistas, a favor de uma mais enfática necessidade gregária.
Abraços todos na data - 18/10/2017.
Dr. Tito Livio
- Diretor do Centro de Tratamento da Visão João Pessoa - PB
- Primeiro presidente da Sociedade Paraibana de Oftalmologia SPO/PB