O glaucoma degenera o nervo ótico, parte do olho que conduz as imagens da retina ao cérebro para que possamos enxergar. O envelhecimento da população fez a doença saltar no Brasil de 900 mil casos em 2010 para 2,5 milhões no ano passado. Isso porque, o censo 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que da população total de 208 milhões, 86,1 milhões têm 40 anos ou mais. A estimativa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) é de que a doença atinge 3% das pessoas nesta faixa etária.
Além da idade, afrodescendentes, quem tem casos na família, já sofreu trauma ocular, ou tem doenças que alteram a vascularização do olho como a miopia e o diabetes corre maior risco de desenvolver glaucoma. Isso porque, em 90% dos casos a doença está relacionada ao aumento da pressão intraocular causada por uma falha na drenagem do humor aquoso, líquido que preenche o globo ocular. Esta falha leva células do nervo óptico à falência e lentamente provoca a perda da visão periférica sem qualquer sintoma. Em olhos saudáveis o nervo óptico tem 1,25 milhões de células ganglionares. No estágio avançado do glaucoma, quando o portador percebe redução do campo visual, já são apenas 50 mil células com possibilidade de perder de três mil a cinco mil células ao ano. Isso significa que a perda total da visão pode levar de 10 a 15 anos.
A única forma de preservar a visão é através do uso contínuo de colírios que controlam a pressão intraocular. O problema é que 1 em cada 2 pacientes com glaucoma falham no uso do colírio. Isso acontece porque a maioria das pessoas usa colírios com Cloreto de Benzalcónio (BAK) um conservante que leva ao olho vermelho crônico por causar da toxidade desta substância que causa ressecamento da lágrima,:, ceratite (inflamação da córnea e , simbléfaro (aderência da pálpebra ao globo ocular) ou espessamento da margem palpebral.
O oftalmologista poderia substituir estes colírios poderiam por formulas sem conservante, mas esbarra na baixa adesão do paciente ao tratamento com este tipo de colírio por causa do preço mais alto. O problema, afirma é que o tratamentos com colírios que contêm conservante pode dificultar os procedimentos cirúrgicos.
É possível manter o uso de colírios com conservante e reduzir o desconforto com algumas adaptações que variam conforme a classe do colírio em uso e que só podem ser adotadas sob supervisão médica. Os principais elencados são:
Classe Farmacológica
Desconforto Ocular
Adaptação
- Alfa-agonista
- Olho seco, hiperemia, alergia
- Substituir por homólogo com 0,15 do princípio ativo e com conservante virtual.
- Inibidor de anidrase carbônica
-Ardência, sensação de corpo estranho, alergia, ceratite, olho seco
- Trocar de classe farmacológica quando ocorrer ceratite.
- Betabloqueador
- Ardência, olho seco, ceratite
- Associar maleato de timolol a 0,25.
- Prostaglandina
- Ardência, olho seco, pigmentação periocular e da íris, hiperemia, hipertricose.
A vermelhidão diminui em 4 semanas. As alterações de pigmentação e hipertricose só com a troca de colírio.
A maioria dos portadores de glaucoma tem olho seco. Por isso, independente do colírio utilizado, a dica é tomar cápsula de óleo de linhaça para melhorar a qualidade da lágrima e diminuir o desconforto causado pelos colírios.
Fonte: Portal da Oftalmologia