Retinopatia diabética – como barrar a progressão

A diabetes é uma doença crônica, caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar do sangue (hiperglicemia), que pode acontecer quando não há produção de insulina ( o hormônio que atua no aproveitamento do açúcar como energia), o chamado tipo 1; ou quando a insulina tem dificuldade em exercer adequadamente suas funções podendo chegar até a falência total de sua produção (tipo 2). O excesso de açúcar no sangue pode danificar órgãos, nervos e vasos sanguíneos de forma irreversível e causar outras doenças. Entre as que afetam os olhos estão a retinopatia diabética, a catarata e o glaucoma, além de desvios oculares, doenças da córnea e infecções.

Por isso, visitar um médico regularmente e fazer exames para verificar a ocorrência de diabetes também é fundamental para a boa visão. Cerca de 40% dos adultos com essa condição nem sabem que têm a doença, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes. E as pessoas com qualquer uma das variações da diabetes e as mulheres que tiveram diabetes gestacional devem passar pelo oftalmologista para realizar exames pelo menos uma vez por ano para verificar possíveis alterações oculares.

O que é a retinopatia diabética?

A retinopatia diabética é uma alteração causada pela diabetes, que causa a deterioração dos vasos sanguíneos localizados no fundo do olho e que irrigam a retina. Nos seus estágios iniciais, a doença pode não manifestar sintomas, daí a importância do acompanhamento oftalmológico anual para quem tem diabetes. E, caso a doença seja diagnosticada, o acompanhamento deve ocorrer com uma frequência maior, dependendo da gravidade.

Como barrar a progressão?

A retinopatia diabética não tem cura, mas o controle da diabetes pode ajudar a barrar a sua evolução e o acompanhamento oftalmológico periódico pode reduzir em até 95% o risco de cegueira. Estudos realizados mostram que pacientes com diabetes que controlam os níveis de glicose no sangue dentro dos níveis considerados saudáveis têm menos chances de desenvolver essa complicação ocular, assim como doenças renais ou dos nervos. Outros ensaios apontam que controlar a pressão alta e o colesterol pode reduzir a perda de visão entre pessoas com diabetes.

Sabendo que tem diabetes, o paciente deve manter uma rotina de monitoramento da glicemia, conforme a orientação médica, utilizando um aparelho portátil que mede os níveis de glicose a partir de uma gota de sangue obtida com um furo no dedo. Além disso, deve seguir o tratamento que combina o uso de medicamento prescrito pelo médico, alimentação correta e atividade física.

Tratamentos

Alguns procedimentos ajudam a estabilizar e amenizar as alterações no fundo do olho:

Fotocoagulação: aplicação de luz de laser, ajuda na estabilização da doença. O tratamento é feito no consultório e é necessária a dilatação da pupila;

Drogas anti-inflamatórias de longa duração: ajudam a reduzir o inchaço na retina e podem ajudar a melhorar a visão, com efeito que dura de três a seis meses, podendo ser necessário reaplicar;

Terapia anti-VEGF (Ranibizumabe ou Bevacizumabe): são medicações antifator de crescimento, que combatem os vasos anormais;

Cirurgia de Vitrectomia: indicada em situações de descolamento da retina e hemorragia.



Fonte: Portal da Oftalmologia